Após formar técnicos angolanos, Senai já se prepara para receber 2ª turma em 2010



Após concluir nesta quinta-feira (17/12) a formação de 62 técnicos angolanos no curso de operador industrial de fabricação de açúcar e álcool e co-geração de energia elétrica, o Senai de Mato Grosso do Sul já se prepara para receber a segunda turma de africanos para o segundo semestre do próximo ano. Ao todo serão 40 angolanos que passarão por uma capacitação em áreas mais específicas, as quais serão definidas no próximo ano entre o Senai e a direção da Biocom (Companhia de Bioenergia de Angola), que é sócia do Grupo Odebrecht no país africano e proprietária da usina de açúcar e álcool que está sendo implantada na província de Malanje, a cerca de 400 quilômetros da capital Luanda.
Segundo o gerente do Senai de Dourados, Gilberto Evídeo Schaedler, a capacitação dessa primeira turma de técnicos angolanos comprovou a excelência da entidade na qualificação profissional de estrangeiros no segmento de açúcar e álcool. “Constatamos que estamos preparados para atender empresas nacionais e também internacionais, nos possibilitando receber essa segunda turma no próximo ano”, disse, completando que essa capacitação dos técnicos internacionais permitiu diversificar as práticas pedagógicas, ampliando bagagem cultural e agregando conhecimento.
“Foi uma experiência muito interessante para o Senai, muito rica porque houve a oportunidade de troca de experiências tanto no que diz respeito ao trabalho, quanto no aspecto cultural e político”, ressaltou Gilberto Schaedler, ressaltando que a experiência abriu novas perspectivas de conhecimento e integração entre os técnicos da usina. “Nós contatamos que quando os nossos profissionais se dispõem a ensinar, eles também aprendem e esse contato com os angolanos também favoreceu o desenvolvimento do nosso pessoal, que atuou como monitor nesse trabalho”, afirmou.
O presidente do Conselho de Gerência da Biocom, Rui Gourger, confirmou o envio da segunda turma de técnicos angolanos para treinamento no Senai de Mato Grosso do Sul. “Esse grupo fará treinamento em áreas mais específicas, aprofundando-se mais nos assuntos. Por isso, o número será menor que o da primeira turma”, explicou, ressaltando a continuidade da parceria com o Senai do Estado. “A parceria vai continuar, pois a capacitação oferecida pelo Senai de Dourados foi muito boa. Agora precisamos formar essa segunda turma, pois a usina precisa de pelo menos 100 funcionários para entrar em operação no fim do próximo ano”, disse, reforçando que em Angola tem curso similar ao ministrado pelo Senai, mas nenhum com a excelência dessa entidade com mais de 60 anos de atuação em Mato Grosso do Sul.
Parceria
Representando o diretor-regional do Senai, Jaime Verruck, na cerimônia de formatura realizada na unidade de Dourados, o técnico Paulo Pereira destacou que a cada dia a entidade aprimora as parcerias com empresas nacionais e internacionais. “O que mais impressionou foi a determinação dos angolanos e a perseverança deles na busca de conhecimentos para ajudar no desenvolvimento do seu país. Eles estão todos de parabéns e esperemos alcançar essa mesma excelência com a segunda turma de técnicos que vamos capacitar”, pontuou.
O responsável pelo desenvolvimento de pessoas da ETH Bioenergia, Mauro Magenta, reforçou que foi fantástica a experiência com o Senai de Mato Grosso do Sul na formação dos técnicos angolanos. “A nossa equipe, em parceria com o Senai, trabalhou para transferir experiência para os angolano. Foi a primeira vez que foi realizada no Brasil a capacitação de técnicos para atuar em uma usina de açúcar e álcool na África”, garantiu, ressaltando que a maior dificuldade foi vencer as barreiras culturais de maneira que não atrapalhassem o desenvolvimento do trabalho de treinamento. “Estamos no caminho certo com condições de habilitar trabalhadores em todos os setores da usina”, finalizou.
Já o diretor-superintendente do pólo da ETH Bionergia no Estado, Paulo Kronka, parabenizou os alunos e destacou que eles foram privilegiados por terem sido selecionados para vir ao Brasil fazer o curso. “Para a ETH também foi um grande aprendizado, pois os funcionários da empresa entraram em contato com uma nova cultura. Eles vão começar uma nova vida em Angola, iniciando um novo empreendimento e vão fazer a diferença quando chegar lá”, previu.
Formandos
Após um período foi de treinamento intenso, no total 1.600 horas-aulas, realizado na Agência de Formação Profissional do Senai em Deodápolis em parceria com o Grupo Odebrecht, os 62 técnicos angolanos receberam nesta quinta-feira os certificados de conclusão do curso. Desde o dia 30 de agosto deste ano, divididos em seis grupos, os 62 técnicos angolanos freqüentaram as aulas teóricas - 624 horas - na Agência de Formação do Senai em Deodápolis, e as aulas práticas, que somaram 1.000 horas, dentro da unidade da ETH Bioenergia, pertencente ao Grupo Odebrecht, que trouxe os profissionais africanos para serem capacitados em Mato Grosso do Sul.
Após concluída a capacitação, os técnicos vão voltar a Angola para atuarem na usina de açúcar e álcool que está sendo implantada na província de Malanje, a cerca de 400 quilômetros da capital Luanda. A usina tem como meta produzir, a partir do próximo ano, 60 mil toneladas de açúcar e 50 mil metros cúbicos de álcool, além de atuar na co-geração de 140 MW (MegaWatts) de energia elétrica.

A angolana Adelaide Teixeira Fula,



que trabalhava com decoração de eventos em Angola, disse que, agora que foi capacitada pelo Senai, tem uma profissão de verdade. “Agora sou uma verdadeira profissional, mas, o fato de trabalhar na usina, não vai me impedir de continuar fazendo o trabalho de decoradora para complementar a minha renda”, disse.
O engenheiro-agrônomo Francisco Manoel Gaspar, que também fez o curso do Senai, ressaltou que obviamente vai atuar na área de campo da usina da Biocom em Angola. “Ele considerou fundamental o treinamento, pois precisava conhecer o funcionamento geral de uma usina para que possa desenvolver bem o seu trabalho no campo. Só temos a agradecer ao Senai”, disse.
O técnico Mpanda Masidivingui, que é um dos formados, lembra que o país foi destroçado por uma guerra civil de quase três décadas e, por isso, hoje importa absolutamente tudo que consome, inclusive o açúcar, commodity da qual foi uma grande exportadora. “A experiência foi muito importante. Considero que aqui os nossos objetivos foram todos alcançados. O que importa agora é que vamos voltar para o nosso país e ajudar a reconstruir as conquistas que perdemos pro causa da guerra”, disse.
Ele informou que vai trabalhar no setor de planejamento, controle e produção e que os conceitos teóricos e práticos vão permitir que ele realize a contento as atividades. “Sou engenheiro geofísico e estava trabalhando em uma plataforma petrolífera antes de vir para cá. Após essa capacitação do Senai, me sinto apto a exercer minhas funções e se necessário até ensinar outros técnicos no nosso país. Agora vamos todos crescer, eu como profissional, a Biocom e a Angola,”, disse.
Companheiro de setor, o técnico Fortuna da Silva Antonio, que também vai atuar na área de planejamento, controle e produção da Biocon, lembrou que a guerra trouxe muito sofrimento e pobreza ao país, que agora junta esforços para voltar a crescer. “Estamos empenhados em contribuir para o desenvolvimento industrial do nosso país. Acreditamos que a partir de agora com a experiência adquirida estamos aptos a trabalhar e reverter os anos de atraso que sofremos”, pontuou.
Fortuna Antonio explicou que já tem curso de operador industrial e antes de vir para o Brasil estava morando e trabalhando em Luanda. Agora com a complementação dos conhecimentos na área, ele também vai se mudar para Malanje e trabalhar para o desenvolvimento da região. “Assim como eu, todo o nosso grupo está disposto a dedicar nossos esforços para fazer do nosso país uma grande nação, conhecida não só pela guerra e pela exploração de diamantes e petróleo, mas principalmente pela determinação e realizações da sua gente”, disse.

1 comentário:

Joao Felizardo disse...

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